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Propriedade Intelectual e Startups
Quando tratamos de startups, a inovação é um dos pilares centrais que sustenta seu sucesso.
Ideias originais impulsionam novos negócios, mas é fundamental que essas inovações estejam adequadamente protegidas. Entretanto, há uma questão importante a ser compreendida: ideias, por si só, não podem ser protegidas por mecanismos de propriedade intelectual.
A proteção vem da maneira como essas ideias são implementadas e materializadas, seja por meio de marcas, patentes, direitos autorais ou registros de software.
Além disso, é crucial que os empreendedores compreendam que a proteção da propriedade intelectual não é apenas uma questão legal, mas uma estratégia de negócios essencial, podendo proporcionar uma vantagem competitiva significativa, permitindo que a startup se destaque em um mercado saturado.
Ao registrar suas invenções e criações, as empresas não apenas defendem seus ativos, mas também aumentam seu valor de mercado, atraindo investidores que buscam segurança em suas apostas.
Portanto, uma abordagem proativa em relação à propriedade intelectual é fundamental para o crescimento sustentável e a longevidade de uma startup no ambiente dinâmico e desafiador atual.
A distinção entre ideia e implementação
É comum entre empreendedores o receio de que suas ideias inovadoras possam ser copiadas por concorrentes, todavia no campo da propriedade intelectual, uma ideia enquanto simples conceito, não pode ser protegida legalmente, pois somente quando a ideia toma forma em algo tangível, como um produto, processo ou criação, é que a proteção pode ser buscada.
A seguir, veremos como diferentes aspectos da propriedade intelectual podem ser utilizados por startups para proteger suas inovações:
- Marcas: proteção de identidade
Uma das formas mais básicas de proteção para uma startup é o registro de marca.
A marca é o símbolo, nome ou logotipo que identifica o negócio e diferencia seus produtos ou serviços no mercado e a partir do registro, o dono da marca tem o direito exclusivo de utilizá-la em seu setor de atuação, protegendo-a contra o uso indevido por terceiros.
Para startups, garantir a proteção de sua marca desde o início é essencial para consolidar sua identidade no mercado e evitar conflitos legais no futuro.
- Patentes: proteção de invenções
Se a startup está desenvolvendo uma solução técnica inovadora, como um novo dispositivo ou método de fabricação, pode ser possível obter uma patente.
As patentes oferecem proteção a invenções, garantindo ao detentor o direito exclusivo de explorar comercialmente a tecnologia por um período determinado, geralmente 20 anos.
Esse tipo de proteção é crucial para startups que dependem de inovações tecnológicas para se destacar no mercado.
Importante mencionar que para que uma patente seja concedida, a invenção deve atender a três critérios principais: novidade, atividade inventiva (não ser óbvia) e aplicação industrial.
Dessa forma, é necessário realizar uma análise minuciosa para verificar se a tecnologia desenvolvida pela startup é realmente patenteável.
- Direitos Autorais: proteção de obras intelectuais
Direitos autorais protegem criações intelectuais, como textos, músicas, obras de arte, e também o código-fonte de softwares.
No caso de startups que desenvolvem produtos digitais, como aplicativos ou plataformas, o código de programação pode ser protegido automaticamente pelo direito autoral assim que é criado, entretanto ainda é importante garantir que a criação original da startup não seja replicada sem a devida autorização.
Além disso, é possível registrar a obra no órgão competente para reforçar essa proteção, embora o registro não seja obrigatório para o exercício dos direitos.
- Registro de Software
Especificamente no caso de startups que desenvolvem software, o registro de programa de computador é uma medida eficiente para garantir a proteção da criação.
No Brasil, essa proteção é regulamentada pela Lei de Software e pode durar até 50 anos a partir da criação do software.
Esse registro formaliza a autoria e pode ser uma peça-chave em casos de litígio.
Garantindo a Segurança de Inovações nas Startups
Outro ponto importante na proteção de ideias inovadoras está na confidencialidade de informações que não podem ser protegidas por patente ou direitos autorais.
Proteger segredos comerciais, como fórmulas, algoritmos ou estratégias de negócio, é fundamental para startups, especialmente na fase inicial.
Nesse contexto, acordos de confidencialidade (NDAs) podem ser utilizados para proteger informações sensíveis compartilhadas com investidores, parceiros e funcionários.
A proteção da propriedade intelectual deve ser parte integrante da estratégia de negócios da startup, haja vista que muitas vezes, por falta de conhecimento ou recursos, startups deixam de proteger suas inovações adequadamente, o que pode resultar em problemas sérios no futuro.
Registrar marcas, buscar patentes e garantir direitos autorais desde o início pode evitar disputas legais e até mesmo a perda de vantagens competitivas.
Em caso de maiores dúvidas, consulte um profissional da área ou seu advogado de confiança.